Cinzeiro de Latão 36
Incêndio no canavial / Método Inês de Castro / Fotografias / Lesa-pátria / Falacromaquia / Bitucas
Cinzeiro 36, 31 de agosto de 2024.
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Incêndio no canavial
Antes o tema deste texto fosse a canção cafona do Moacyr Franco, que tem o mesmo título e foi tema de uma novela fuleira do SBT, mas não é. No final da semana passada, metade do Estado de São Paulo foi tostada por incêndios gigantescos e quase simultâneos; quem pegou as estradas do interior pôde sentir nos olhos o efeito combinado da secura do ar e da fumaça. O paulista que não se queimou ficou, pelo menos, defumado.
Fiz uma pequena vilegiatura em família para Olímpia, cidade aonde a classe média vai para derreter um pouco do seu cascão na água quente e em doze vezes no cartão. No caminho que fizemos até lá não vi fogo e nem fumaça, mas, tão logo cheguei, da janela do hotel era possível ver no horizonte uma coluna de fumo que se erguia alta, a sul, na direção de Severínia, de uma superfície de vários quilômetros, quase como o cogumelo de uma bomba atômica. Isso foi na quinta-feira à tarde.
Na sexta, não bastasse a fuligem que caía de todos os lados, o céu ficou parcialmente encoberto, com um solzão vermelho, como o de fim de tarde. Um fim de tarde em Marte.
Num dos bares do parque aquático, enquanto eu pedia uma cerveja, o atendente me contou de um colega, criador miúdo de gado, que havia perdido todo o rebanho, coisa de quarenta cabeças. A isso se junta os que perderam plantações e até casas. Sim, houve quem perdeu casa, e não apenas grandes latifundiários, mas também a arraia miúda do campo. O mesmo camarada me disse que os incêndios coincidiam com um giro do Bolsonaro pelo Estado, por conta das campanhas para as eleições municipais; mais coincidentemente ainda, o ex-presidente estava na cidade naquele dia.
Além da fumaça, fica no ar se os feitos flamantes da semana passada foram causados por mão humana; e se foram causados por mão humana, qual a motivação para tal.
Há não muito tempo, era comum, nas áreas de cana, que produtores e usinas ateassem fogo à palhada da cana para se livrar dela, algo que vinha mesmo de costumes coloniais e até indígenas; a limpeza do terreno pela queimada é chamada de coivara. Com a mecanização do plantio de cana, esse uso foi limitado e hoje, sem a autorização devida dos órgãos responsáveis, é punível com multas, o que não afastou os incêndios criminosos por terceiros. Há uns anos, um doido, de moto, botou fogo em vários pontos nos canaviais que vão de Araraquara a Matão, pela estrada vicinal. O doido, pego com o isqueiro na mão, era ex-funcionário de uma usina; existe uma categoria de ex-funcionários de usina que fuma bastante, vício cujo pico coincide com a demissão.
A Austrália passou por uma onda de incêndios florestais de grandes proporções há um lustro, no máximo. Vários deles tinham sido causados por um bombeiro voluntário, na sanha de se sentir útil.
Aqui, desta vez, foi diferente. Embora coordenados, os incêndios não podem ter sido obra de uma só mão, vista a distância entre os focos. O que realmente me preocupa é se foi, de fato, uma ação deliberada e, sendo deliberada, se teve motivação política. Não importa o lado: se um grupo, com fogo no rabo, incinera meio Estado, causando perdas econômicas, empesteando o ar e matando gente, precisa ser localizado e neutralizado. De botar fogo em nome de ideais a matar gente às pauladas por eles é um pulo.
Parece que pegaram já três merdilheiros que tinham gasolina e isqueiros; neste momento, não se exclui nem a participação do PCC na ação. Tampouco descarto que os incêndios sejam um coincidência infeliz: os nossos genes clamam por uma coivara de vez em quando. Em quase toda família há um pirômano, como o velhinho de 72 anos que acabou incendiando a Reserva Florestal de Cajobi, no domingo passado.
Essa situação mostra o mato sem cachorro em que estamos enfiados; e, se o fogo continuar, vamos ficar sem cachorro e sem mato. Só nos resta fazer coro com Moacyr Franco: “Incêndio no canavial: / apaga tudo, o bem e o mal […]”, porque, embora a minha sanha punitiva esteja dentuça, sei que o forno já está aquecido para a pizza.
Método Inês de Castro
Aproximam-se as eleições municipais, mas o pleito anda muito caído. Não vejo um só município em que haja opções reais ou nomes minimamente bons. E digo minimamente: não estou pedindo um Churchill.
São Paulo perdida entre Guilherme Boulos, com aquele fedor de centro acadêmico de faculdade de humanas, e Pablo Marçal, cujo maior mérito (?) é ser ex-coach, segundado por um atestado de antecedentes meio duvidosos. Pelo menos Marçal deixou de ser coach, o que é um livramento, embora o nome Pablo continue a lhe emprestar um ar de mágico de festa infantil, meio fracassado, de sotaque hispânico e com o terno puído e mal remendado: el Gran Pablo; o cara faz o poodle de balão que estoura no último nó. No fim das contas, o coach é um palhaço muito sério, triste; um clown, se o leitor for mais sofisticado. Boulos é o que enche os bolsos do paletó com brigadeiros de leite ninho. A festinha da democracia, porém, nunca tem refrigerante nem docinho; pelo menos para nós.
Maldades onomásticas à parte, a desolação política não é exclusiva da Paulópole. A falta de novas lideranças está abrindo caminho a gente despreparada, a arrivistas, a extremistas. Deus me perdoe, mas quase dá saudades do Maluf e do Jânio, com currículos complicadíssimos, mas que, pelo menos, nós sabíamos quais eram as suas intenções.
Frente a esse horror, faço a seguinte sugestão: para cargos executivos só podem se candidatar políticos mortos. Já os conhecemos e, de onde estão, não poderão fazer muita coisa. Por que não Jânio de novo? Ademar de Barros no governo do Estado em 2026. Brigadeiro Lott em Brasília! A imobilidade eterna é garantia de honestidade.
O sistema poderia inclusive ser implantado com o método Inês de Castro: o vitorioso seria exumado e colocado na cadeira, dentro do gabinete. Todos os que quisessem ter suas falcatruas tramitadas teriam que se submeter a um beija-mão.
Fotografias
Numa emenda de feriado municipal, dei, com a família, uma esticada a Olímpia, paraíso da água quente canalizada de forma lúdica e que se paga em prestações módicas no cartão: a praia de quem está longe da costa. É curioso como um parque aquático pode emular a praia com perfeição, principalmente no quesito gente feia. A grande vantagem do parque é a ausência de vendedores ambulantes; não há encheção, mas o dinheiro fica pelo caminho do mesmo jeito: 11 réis a lata da cerveja.
Não pude reclamar: as crianças se divertiram à beça, com alguma segurança, o que permitiu alguns momentos de relaxamento. Levei o tablet de leitura e me sentei à beira de uma piscina: uma página de Ponte Preta e um gole de cerveja.
Dois dias se passaram entre a sabedoria da Tia Zulmira e bebericadas. Na volta, percebi algo: não tinha tirado uma só foto. Não, exagero: tirei algumas fotos, mas nenhuma da família. Tirei fotos de coisas, do céu, de algum detalhe, mas não de gente. É mania minha desde a minha primeira máquina, herdada da minha mãe, uma Kodak Instamatic 202, vendida e conhecida aqui no Bananão como Xereta II: gosto das paisagens rurais, da agressividade das linhas urbanas, dos objetos. Detesto foto posada e detesto posar para foto. A tendência a tirar fotos de objetos se foi acentuando com o passar do tempo. No passeio, não me preocupei em tirar fotos dos meninos, coisa de que a progenitora das crianças, signora Kovács, se ocupou, além da tia, minha cunhada, ou seja, os momentos felizes e não tão felizes foram devida e meticulosamente registrados. O meu menino mais velho, cópia minha que deixo para o mundo — como a marca das patas do cavalo de Átila —, também detesta posar para fotos e tem um sorriso quadrado todo especial para as estragar, para desespero da mãe e da tia, que amam fotografias de família fofinhas.
E não são algumas fotos; um passeio desse tipo rende uma centena, quando não mais. Isso me lembra de tempos idos, da Xereta e da máquina maior com que o meu pai registrava os momentos em família e as festinhas de aniversário modestas que fazíamos nos anos oitenta. Num celular podem caber, sei lá, milhares de fotos. As máquinas de então, hoje chamadas analógicas, usavam uma película plástica com uma cobertura química fotossensível, que vinha num rolo fechado e era conhecida como filme. Havia filmes com doze, 24 e 36 poses. Era comum uma viagem de quatro dias ser registrada com um filme de 24 poses e um aniversário de criança com um filme de doze; era comum alguma foto sair desfocada ou alguém ter fechado os olhos ou feito careta durante o disparo, o que só era descoberto quando se mandava revelar o filme. Terminados os disparos possíveis, se retirava o filme da máquina e era preciso o levar a um estúdio. Havia mesmo uma franquia de estúdios famosa, a Fotóptica, que, parece, ainda existe, mas ignoro qual seja hoje o seu filão de mercado. Em linhas gerais, o processo de revelação implicava em passar a imagem em cores negativas registrada no filme para um papel especial, criando fotografias físicas, que eram acondicionadas em álbuns. A revelação era paga, se subentende, e poderia levar alguns dias, nos estúdios de bairro, ou ser feita em uma hora, mas apenas em algumas lojas da já citada Fotóptica. As fotos, tamanho 10 cm por 15 cm, com as tiras de filme, eram devolvidas num envelope A5. Havia tamanhos maiores, chamados ampliações; era preciso os pedir à parte.
Isso tudo para dizer que a quantidade de fotos que tirávamos era extremamente limitada frente ao que hoje é possível. Uma formatura pode gerar trezentas fotos; idem um casamento, um batizado. O poder de registro que temos hoje é imenso, mas também é mais escorregadio. A impressão que tenho é que as fotos digitais, arquivos, às vezes numa nuvem (saudades, tia Dilma!), são em excesso etéreas. Um dano na memória do telefone, a perda do acesso à nuvem, um pendrive perdido podem ser o fim de milhares de lembranças. Temos tudo e não temos nada. Está tudo ao alcance do dedo, mas também pode se perder para sempre. As fotos de papel também podem sumir, molhar ou pegar fogo; sim, podem, mas parece que essa materialidade precária do papel e dos álbuns era garantia de que a lembrança de um fim de semana especial, mesmo que em uma ou duas fotos, fosse sobreviver para as próximas gerações. Hoje temos a possibilidade de milhares de fotos, de poder registrar tudo com precisão, mas a coisa se torna fugaz, como se escapasse da vista ao passar o dedo na tela do telefone.
Não saí do país durante a infância, mas imagino que, em uma viagem à Europa, fosse de bom tom levar uns dois ou três rolos de 24 poses, ou mesmo de 36. Em casa era difícil o uso do rolo de 36 poses. O meu pai dizia que o filme estragava na máquina, já se subentendendo que no registro de um evento não se usaria o filme todo. E o filme era sensível a luz. Se o compartimento do filme fosse aberto antes do fim do uso, a película, fotossensível, se danificava. O processo de funcionamento do filme pouco mudou entre as chapas de Militão e o advento das câmeras digitais, que era a exposição controlada do filme à luz que passava por um conjunto de lentes.
Hoje, com um celular menor que uma câmera fotográfica e com mil funções mais, é possível tirar uma pletora de fotografias, cujo resultado é imediato. Chegou a existir um tipo de câmera analógica instantânea, a Polaroid, que com um filme especial, imprimia a foto na hora; mesmo assim, um disparo implicava uma pose perdida. Hoje não: a foto aparece imediatamente na tela do celular. Se não ficou boa, basta tirar outra.
Nos anos oitenta, apenas os mais abastados podiam fazer registros de vídeo, pois estes requeriam dois equipamentos: a filmadora, para o registro, e videocassete, para poder assistir o vídeo em um televisor, de tubo, claro. Havia a vantagem de o filme não precisar ser revelado. O celular também deu conta das filmagens domésticas.
Lesa-pátria
Chegou aos meus ouvidos que, durante um ato da campanha de Guilherme Boulos à Prefeitura da Capital paulista, que contou inclusive com a presença do Ilustríssimo Senhor Presidente da República, o Hino Nacional foi cantado com uma letra alterada nos ditames da chamada linguagem neutra. Por sorte não me chegou o áudio do evento, mas apenas a notícia. Não vou entrar no mérito disso; aqui em casa a democracia sou eu, e esse tipo de coisa não passa da soleira. E sou contra por alguns motivos meio óbvios, que nada tem a ver com preconceito: sou contra o mau gosto, em qualquer nível.
Em primeiro lugar, a linguagem neutra, puxada do inglês americano para o português americano, não faz o menor sentido. Se inventaram uns morfemas que não se apoiam na tradição evolutiva da língua; a história linguística mostra que as alterações se dão sempre de baixo para cima, ou seja, começam no povaréu e atingem as camadas ditas, por mera convenção, cultas. As mudanças ocorrem e, negar isso, seria voltar ao latim. A linguagem neutra tem um quê de artificialismo porque está sendo imposta de baixo para cima, de uma parcela minoritária para o povão. Não é assim que funciona, e tudo que se tenta implantar com essa engenharia tende ao fracasso. Além de ser um modismo do politicamente correto.
Outro fato é o masculino do português ser, no geral, a junção do masculino e do neutro do latim, por isso os nossos plurais generalizantes vão para o masculino. Como exemplo, usemos o adjetivo solidus, a, um. O leitor que tiver mais de oitenta anos e alguma familiaridade com o dicionário de latim, sabe que a primeira palavra é o masculino, a segunda, a terminação do feminino e a terceira, a do neutro. Acontece que, com o processo de transformação do latim em português, as terminações us e um, que caracterizavam, na ordem, masculino e neutro, sofreram o que os linguistas chamam de apócope, ou seja, a erosão de um fonema, o que terminou por unificá-los. Podemos dizer que sólido hoje, em português, tem função masculina e neutra. Não é machismo, não é patriarcado: é linguística. O politicamente correto é burro, criado por gente burra para um coio de burros.
Agora, enfiar um e, um u, no final das palavras, sabe-se lá tirados de onde, e dizer que isso é linguagem neutra, é a própria insânia. O que conforta é que esse tipo de coisa tem alcance limitado, e o povão, blindado na ignorância e nos problemas reais do dia a dia, cagará e andará de modo solene frente a essa patacoada. O fracasso é líquido e certo.
Voltando ao Hino Nacional, a alteração feita no ato de Boulos parece só uma brincadeira de mau gosto, como encher um estádio de gente e colocar no meio do gramado um gordo pelado cantando “Bésame mucho”. Choca, mas não significa nada. Esse malabarismo ridículo não tem nada a ver com combate a preconceito ou qualquer outra coisa.
Os militares, quando mandaram, sancionaram uma lei federal, a nº 5.700, de 1971, que veda de maneira explícita qualquer arranjo vocal ou instrumental diferente dos oficiais. Não achei referência à alteração de letra no texto da lei, mas especialistas consultados pelos portais de notícia dizem que as punições da lei se aplicariam ao ato de Boulos. Hoje em dia, a punição à contravenção se limita a multa; até 1981, ano em que a lei sofreu alterações, a palhaçada poderia ser punida com xilindró.
O próprio Boulos correu culpar a organização do evento, uma empresa contratada. Chama a atenção o candidato terceirizar a organização para uma empresa, cujo objetivo é o acúmulo de capital, e não colocar a militância ou célula responsável do partido para organizar. Socialismo e laissez faire. O hino trucidado pegou tão mal que o candidato retirou o vídeo do evento das suas redes sociais. Não condeno: teria feito o mesmo. Embora pareça lorota, pode ser que, querendo agradar o candidato, a organização tenha causado o frege, digamos, de boa-fé. Aí, porém, não é questão para o meu parco conhecimento, mas para a polícia. Mesmo com Boulos e brigadeiros, o hino não é “Parabéns a você” para ter a letra trocada.
Até a alteração da lei, em 1981, como eu disse no final do penúltimo parágrafo, houve até uma composição, a “Grande Fantasia Triunfal sobre o Hino Nacional Brasileiro”, do compositor americano Louis Gottschalk, que teve a execução proibida por ser uma releitura do Hino . Já nos anos noventa, um partido político usava o comecinho da peça para abrir o seu jorro de baboseiras na televisão e, me conta a dona Wiki, a Rede Globo a usou como trilha do funeral do ex-primeiro-ministro Tancredo Neves, o nosso quase-presidente. Que fado! Antes tivessem deixado a peça no limbo da proibição.
Gottschalk deixou outra composição baseada no nosso hino, a “Marcha Solene Brasileira”; não sei dizer se a sanha legal a tinha jogado também na ilegalidade. O compositor, aliás, é célebre por cortejar governos com peças. Além das composições “brasileiras” — a “Grande Fantasia” é, inclusive, dedicada ao imperador dom Pedro II —, Gottschalk deixou a “Grand Tarantella”, dedicada a alguma princesa das Duas Sicílias, e um concerto chamado “Union”, com o subtítulo de Concert Paraphrase on National Airs, composto um ano após o fim da Guerra Civil. Ele tinha uma queda pela música de cepa nacionalista, não importando a nação.
Se Gottschalk teve uma peça proibida por ter sido considerada durante um tempo ofensa ao Hino Nacional, como seria considerada a versão neutra do signor Boulos? Há lei que puna esse horror, mas podemos acender o forno e colocar a Tarantella de Gottschalk para tocar: a coisa vai ser explorada por el Gran Pablo na propaganda eleitoral, mas vai virar pizza, daquelas com rodelas de abacaxi por cima.
Falacromaquia
O problema entre Alexandre de Moraes e Elon Musk é capilar. Passamos da inveja do pênis, freudiana, para a inveja do cabelo. Não que Musk não seja calvo; ele fez implante, mas a calvície na alma continua. Dois bicudos não se bicam, e duas calvas não podem brilhar ao mesmo tempo; é a guerra entre dois carecas, a falacromaquia; Homero ficaria orgulhoso do termo: falakrós, é, ó é careca em grego clássico. A disputa é de ego: Musk, porrilionário, acredita que tudo se resolva com dinheiro e com o poder que dele vem; Moraes, urubu de fórum, acredita que tudo deve se dobrar à sua vontade. Milionários e advogados são assim: pavões narcisistas.
Não há santo nessa história: Musk, vaidoso quer botar banca e passar sobre a autoridade de Moraes; Moraes, vaidoso, se vale de expedientes ilegais para combater as ilegalidades de Musk. E quem fala das ilegalidades de Moraes não sou eu, mas especialistas consultados. Dois erros não fazem um acerto.
No meio do sarilho estamos nós, que ficamos sem acesso ao Xwitter. Me sinto particularmente lesado: em três arrobas, eu estava lá desde 2007. Perdi contatos, perdi assuntos que eu acompanhava por lá, perfis temáticos dos mais variados assuntos. Perdi tudo isso por conta da rixa infantil entre dois vaidosos.
“Ah, mas o X estava desrespeitando as leis.” Amigo, as leis são desrespeitadas no Brasil desde que a palavra Brasil apareceu pela primeira vez na boca de alguém. A lei só é levada a sério quando é para defender interesses escusos. Não confio nas motivações de Moraes. Nem um pouco. A sua credibilidade é basta como a sua cabeleira.
Não sei como a história vai terminar. Ainda acho que alguma pressão e algum acordo serão a farinha e o fermento da pizza que nasce no horizonte.
Bitucas
Três menções a pizza enquanto metáfora nesta edição. É a impressão que o Brasil é a terra do deixa-disso. Faz-se escândalo durante um tempo, mas, depois, a coisa termina em panos quentes.
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Nem tudo o que reluz é ouro. Pode ser a careca do Alexandre.
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Filas virtuais gigantescas para comprar ingressos para os shows do Oasis, a banda de Caim e Abel. Olha, se eu deixei a fila do açougue do mercado porque tinha dez pessoas, imagina se vou ficar com neura para ver esses dois moços de ego argentino.
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“…encher um estádio de gente e colocar no meio do gramado um gordo pelado cantando “Bésame mucho”
Ri alto aqui. De onde você tira essas figuras, bicho? Muito bom.
"O politicamente correto é burro, criado por gente burra para um coio de burros"-E acrescento ,somente os burros por convicção.